We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

PASSO FORTE

by SAL

supported by
/
  • Streaming + Download

    Includes unlimited streaming via the free Bandcamp app, plus high-quality download in MP3, FLAC and more.
    Purchasable with gift card

      €8 EUR  or more

     

1.
Morrer 03:16
Morrer, Se eu morri porque é que canto? Se a minha voz tanto te assombra quer dizer, Que morrer não é portanto Morrer Se eu morri porque é que cantam os tambores Lá do alto bem de cima os fantasmas Enterram seus amores Morrer Se eu morri porque é que ninguém chora Onde estão as carpideiras de véus negros, Estão a celebrar a vida agora. Vem Vem ver-me esticar ao comprido Vem Vem ver-me falhar o pedido Vem Vem ver-me apagar as memórias Morri como estava prometido (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
2.
Passo Forte 03:29
Passo forte Olhos postos no caminho que vem Além Por quem Se ergue o sol de manhã Tanta teima E vai a sede até à fonte Finta, fura, faz figura Soma e segue em frente Acirrada Valentia faz um Homem subir Falhar Pensar Voltar a andar e seguir Ter no corpo Cada gota de uma enchente Ser o arrepio que espicaça Uma corrente Se da cinza nasce a ideia pra me atormentar Mais depressa tenho ganas de não me calar Já expirou a validade da proibição Eis o toque da alvorada, hora da libertação Prego a fundo Meio mundo puxa o meio a dormir Refém Da lei Que faz a seiva fluir Assertiva Vem a febre e a consciência Pregam noite e dia Enquanto medra a impaciência A razão Só dura um passo de uma lebre a fugir Há mais No cais Há todo um mar a seguir Do que foi E do que vem, resiste o agora Mais uma toada A retumbar p’la rua fora Se da cinza nasce a ideia pra me atormentar Mais depressa tenho ganas de não me calar Já expirou a validade da proibição Eis o toque da alvorada, hora da libertação Passo forte Olhos postos no caminho que vem Além Por quem Se ergue o sol de manhã Tanta teima Enche um rio que transborda Vela ao vento e ao bom tempo Que é chegada a hora Acirrada Valentia faz um Homem subir Falhar Pensar Voltar a andar e seguir Ter no corpo Cada gota de uma enchente Ser o arrepio que espicaça Esta corrente Se da cinza nasce a ideia pra me atormentar Mais depressa tenho ganas de não me calar Já expirou a validade da proibição Eis o toque da alvorada, hora da libertação (letra: Lília Esteves / música: João Pinheiro, SAL)
3.
O circo está montado O palhaço maquilhado O tigre bem atiçado A festa vai começar O povo está sentado O coração esvaziado No olho bem raiado O sangue a fervilhar Já conhecemos o discurso sintomático Tremem-te as pernas ao veres a rede a mexer Mas tu que juras que a terra é plana, o meteorito não se engana , é em ti que vai bater É sim senhor que a história não é nova É sim senhor já vimos acontecer Diz o ditado que a tradição evoca O pior cego é aquele que não quer ver O equilibrista preparado O salto é arriscado O povo acha engraçado O coração a bater Mas Do outro lado O palhaço é malcriado Estende a mão ao coitado Para não o deixar morrer Agora sim a pirueta magistral No terreiro alguém aplaude de pé O bruxo mostra os dentes bem afiados na cartola envergonhado o coelho vai-se esconder É sim senhor que a história não é nova É sim senhor já vimos acontecer Diz o ditado que a tradição evoca O pior cego é aquele que não quer ver Traz o nó bem apertado O discurso inflamado O alvo bem apontado E começa a disparar... Mas a nós ninguém vai enganar Quando o xico esperto nos quiser converter Se a história já está farta de mostrar Que quanto maior for palco maior também é o poder. É sim senhor que a história não é nova É sim senhor já vimos acontecer Diz o ditado que a tradição evoca O pior cego é aquele que não quer ver É sim senhor É sim senhor É sim senhor É sim senhor (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
4.
Mal Antigo 03:57
Um mal antigo é difícil de esconder Tão entranhado, transformou-se em viver Nunca foi fácil encontrar a solução Cada cabeça traz a sua opinião Lá vai o barco Navega ao largo De noite avança À luz do dia marca passo Mais umas horas, mais farinha para o saco O foco é bom, mas sempre em luta com o cansaço Não vale a pena não querer ver, tapar a cara É mais um dia e a ferida já não sara Lá vai o barco Navega ao largo De noite avança E carrega o seu fardo Lá vai o barco Navega ao largo De noite avança À luz do dia marca passo Um mal antigo é difícil de esconder Cinquenta agulhas no meu leito de prazer Lá vai o barco Navega ao largo De noite avança E carrega o seu fardo Lá vai o barco Navega ao largo De noite avança À luz do dia marca passo Lá vai o barco Navega ao largo De noite avança À luz do dia marca passo (letra: João Pinheiro / música: João Pinheiro, SAL)
5.
Sorriso Sol 03:06
Nos dias mais negros A luz que irradias Faz o sol corar, E a mim acreditar Meu bem maior, vem cá meu bem Os dias são teus também Sorriso sol se és de ninguém Meu bem eu sou teu também Se eu cá não estiver Nada tens de temer Meu sorriso sol, Vais irradiar Meu bem maior, vem cá meu bem Os dias são teus também Sorriso sol se és de ninguém Meu bem eu sou teu também (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
6.
Fim do Mundo 03:29
Olha, nunca pensei Que o fim seria assim Só eu e tu de mãos dadas A contemplar as buzinas As sirenes a passar Olha nunca pensei Na paz que é possível achar Aqui do telhado a mirar O mundo a desabar E tanto por explicar Mas sem ti,ai sem ti O mundo pode acabar O coração pode parar Ninguém fica para chorar Olha nunca pensei Não voarem os aviões Eu que tanto medo tenho De arriscar cruzar o ar Sem a tua mão para dar Olha nunca pensei A terra embrulhada pelo mar As chamas no ciber espaço A memória a crepitar E a paz do teu regaço Mas sem ti, ai sem ti O mundo pode acabar O coração pode parar Ninguém fica para chorar Está mesmo à nossa frente Tudo parece dizer Que o fim do mundo começa No fim do teu viver Mas sem ti, ai sem ti O mundo pode acabar O coração pode parar Ninguém fica para chorar (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
7.
Olhar para ti é perceber Que atrás da cortina há rancor Por não me conheceres Por não reconheceres Que não há ganho sem labor Mostras fome, queres comer Por trás desse muro de betão Estendo-te a mão, para te envolver Cospes no prato, cospes no chão Faz por viver Faz por merecer Para aparecer não é preciso Morder-me a mão Se pena é o que sinto Por até ti não conseguir chegar No coração tocar, fazer-te entender Que um amigo não é de perder Mas se a mágoa contrai E o ego entra em erupção Então tiro a mão, vejo-te enfraquecer Antes perder um amigo que perder o chão Faz por viver Faz por merecer Para aparecer não é preciso Morder-me a mão Não venhas mais chorar aqui Não estou para ti, vi a lição Não venhas mais chamar irmão Cuspir no prato a quem deu mão Faz por viver Faz por merecer Para aparecer não é preciso Morder-me a mão (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
8.
Por vales densos Por dunas frias Estou tão bem, ai tão bem Estou aqui estou além, Bebo da geada Alto voa o passarinho A semente vai trazer Se nos montes nasce a planta É para o pastor a colher Planar no deserto A areia queima Estou tão bem, ai tão bem O sol baixo sabe bem, A música inebria Alto voa o passarinho A semente vai trazer Se nos montes nasce a planta É para o pastor a colher Ao longe o baile Cheiro as estevas Estou tão bem , aí tão bem Fecho os olhos sabe bem Amanhece a cotovia Alto voa o passarinho A semente vai trazer Se nos montes nasce a planta É para o pastor a colher (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
9.
Não vale chorar Se o medo nos tem reféns Os segundos a passar Na ânsia de te abraçar Canta os dias que tens Da varanda vês o rio Vem para aqui respirar Hoje comemos em casa No abraço do sofá Mais um dia irá passar Crescer a barba e o cabelo Ler um livro um disco a tocar Brincar mais com a gaiata Ter a sorte de uma guitarra Para ajudar a passar Não chores meu bem não chores Quanto mais longe ficarmos Mais depressa o tempo passa Para nos voltar a juntar Para nos voltar a juntar Absortos perdemos O dom de escutar Os gritos que vem da terra Do choro mudo do mar Começa o vizinho a cantar Olha lá não chores Repara, está a passar Na distância estamos juntos Num abrir e fechar d’olhos As mãos voltam-se a juntar Crescer a barba e o cabelo Ler um livro um disco a tocar Brincar mais com a gaiata Ter a sorte de uma guitarra Para ajudar a passar Não chores meu bem não chores Quanto mais longe ficarmos Mais depressa o tempo passa Para nos voltar a juntar Para nos voltar a juntar (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
10.
O Caçador 03:11
Ficas no cimo, em bicos de pés À espreita sonso, a controlar Tu acreditas em tudo que vês Estás mesmo a jeito de se apanhar Cá em baixo à espera a luz dos tempos tarde ou mais cedo acaba por cegar De salto em salto vais deixando a marca O amor morre ao ver-te passar A noite cai escondes-te na toca A eternidade irá testemunhar Cá em baixo à espera a luz dos tempos tarde ou mais cedo acaba por cegar Não devias ter montado o circo As piruetas não vão ajudar No vale fundo o caçador furtivo Da mira dele não vais escapar. Na manhã fria falta-te o alimento O pelo cai estás te a revelar Onde antes tu vias o sustento Fica o vazio para sustentar Cá em baixo à espera a luz dos tempos tarde ou mais cedo acaba por cegar Não devias ter montado o circo As piruetas não vão ajudar No vale fundo o caçador furtivo Da mira dele não vais escapar. Cuidado está mesmo ali à espreita A língua silva, o dedo a apontar Na cama quente onde à noite se deita O caçador está a trabalhar Cá em baixo à espera a luz dos tempos tarde ou mais cedo acaba por cegar Não devias ter montado o circo As piruetas não vão ajudar No vale fundo o caçador furtivo Da mira dele não podes escapar. (letra: Sérgio Pires / música: Sérgio Pires, SAL)
11.
Tantos anos a arrastar As correntes pelo chão A ansiedade de não ser Aquilo que outros são As cicatrizes no meu corpo De mascarar a aflição Não tenho jeito para mandar mandar em mim é que não Um dia vou me provar Se o medo me largar, do que é feito este chão Nesta marcha militar Onde os fortes vingarão Não me deixam ser soldado A monte do pelotão É tanta a vida a passar São tantas horas de pressão Não tenho jeito para mandar mandar em mim é que não Um dia vou me provar Se o medo me largar, do que é feito este chão Vejo a vida a passar a escorrer-me pela mão Tantos saltos no meu peito Por esconder o coração Desta vez vou conseguir Mostrar ao mundo o que são Estas horas sem dormir Desta vez vou conseguir Não tenho jeito para mandar mandar em mim é que não Um dia vou me provar Se o medo me largar, do que é feito este chão Do que é feito este chão Do que é feito este chão (letra: Sérgio Pires / música: João Gil, SAL)
12.
Não sou da paz quando dormes na rua Não sou da paz quando comes no chão Não sou da paz quando para aqueceres Fazes da cama caixas de cartão Não sou da paz quando alguém trabalha Horas a fio p’ra ganhar o pão Chega a casa de corpo vazio Pra dar aos filhos dedicação Resta lutar com tudo o que tenho Ir para a rua, escrever uma canção Paz haverá um dia mais tarde Quando o meu corpo repousar no caixão Não sou da paz quando o polícia bruto Bate na gente sem critério de ação não sou da paz quando uma pele mais escura Torna mais leve o peso do bastão Não sou da paz quando os senhores da guerra Impunemente tomam a decisão De deixar claro que neste mundo de merda Uns tudo podem enquanto outros não Resta lutar com tudo o que tenho Ir para a rua, escrever uma canção Paz haverá um dia mais tarde Quando o meu corpo repousar no caixão Não sou da paz quando lanças o ódio Em cima de quem não ama como tu Não sou da paz quando não posso escolher, o que fazer com o meu corpo nu Não sou da paz quando por ciúme Ou um delírio de possessão A alguém que em tempos te deu o amor te vês no direito de levantar a mão Resta lutar com tudo o que tenho Ir para a rua , escrever uma canção Paz haverá um dia mais tarde Quando o meu corpo repousar no caixão Resta lutar com tudo o que tenho Ir para a rua , escrever uma canção Paz haverá um dia mais tarde Quando o meu corpo repousar no caixão Quando o meu corpo descansar no caixão Quando o meu corpo repousar no caixão Nascemos iguais, mas isso não vale de nada Se desde cedo somos atirados para trás da barricada Eu não sou da paz quando a paz é podre E o jogo está viciado sempre para o mesmo resultado Não posso ser da paz quando a paz nos amolece E quem oferece a outra face não merece um outro fado Longe está o dia em que o Sol brilhará para todos Falta empatia, indiferença há a rodos E eu quero-te certo, quero-nos perto Sem mais engodos, livres e gordos (letra: Sérgio Pires, Carlão / música: Sérgio Pires, SAL)

credits

released October 29, 2021

Sérgio Pires – voz, viola braguesa, shruti box, teclados, electrónica
João Pinheiro – bateria, percussões, teclados, vibrafone, electrónica, voz
João Gil – baixo, teclados, piano, guitarra, voz
Daniel Mestre – guitarras, bandolim, viola braguesa, voz
Vicente Santos – teclados, piano, voz

Manuel Pinheiro – electrónica (2, 9), percussões (1, 2), voz (2)
Bernardo Barata – baixo (1), voz (2)

Músicos convidados:

Carlão – voz (12)
Coro “Fora da Lei” (12) – Lília Esteves, Beatriz Noronha, Julia Lombao, David Jacinto, Pedro Puppe, David Pessoa, João Firmino, Vicente Santos, Daniel Mestre, João Gil, João Pinheiro e Sérgio Pires.

Todas as letras e músicas são da autoria dos SAL, excepto “Passo Forte” (letra de Lília Esteves)

Produzido por SAL
Gravado nos Estúdios Namouche por Joaquim Monte, Bernardo Centeno e Francesca River e nos Estúdios 65 por Pedro Gerardo e João Pinheiro
Misturado por Pedro Gerardo
Masterizado por Marco Batista

Fotografias da capa e contracapa: Filipe Bonito
Fotografias de banda: Julia Lombao
Fotografia ao vivo: @carvalhoebrandao
Design gráfico: João Ferreira Martins

license

all rights reserved

tags

about

SAL Portugal

SAL

Sérgio Pires – voz, viola braguesa, shruti box, teclados, electrónica

João Pinheiro – bateria, percussões, teclados, vibrafone, electrónica, voz

João Gil – baixo, teclados, piano, guitarra, voz

Daniel Mestre – guitarras, bandolim, viola braguesa, voz

Vicente Santos – teclados, piano, voz
... more

contact / help

Contact SAL

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like SAL, you may also like: